terça-feira, 28 de dezembro de 2010

[A vista é bonita, a maré é boa de provar]

Ela olha o sol pela janela, o céu azul está lá, convidativo a viver, a sair de casa, a andar. Mas ela quer o mar, a areia, o banho gelado na água salgada. Ela quer viver, porque cansou de morrer por meses no frio do inverno, morrer no vento congelante que queima o seu rosto até mais do que o sol. 
Ela quer pôr o pé na estrada, mais precisamente, as rodas do carro, quer ouvir o porta-malas bater fechando ali todas as coisas necessárias a sua sobrevivência por algum tempo fora de casa, quer só ler um livrinho olhando o mar, quer comer picolé de limão pra se hidratar, quer banhos de mangueira para se livrar da areia, quer brisa, quer férias, quer verão, quer vida!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz Natalis Invistis Solis!

Falar de Natal é complicado porque quase sempre se entra em clichês religiosos ou mercantis, para alguns é uma data com significado de reflexão onde se comemora o nascimento de Jesus e para outros é apenas um motivo a mais para enfiar-se em um shopping e gastar todo o dinheiro possível em presentes e quinquilharias e também aproveitar as promoções.
Eu me sinto meio confusa nessa época, tenho meus motivos de fé e também sou influenciada por uma cultura tradicional romana pagã de alguns séculos atrás que continua até hoje sendo repetida, mas que ninguém tem a mais pálida ideia do porquê. 
Tenho a habilidade de mateforizar tudo que seja assim místico, posso tranquilamente associar o menino Jesus com uma força de vida, com uma luz mais forte do que todas, inclusive, com o sol! Acabo, por isso tendo a necessidade de montar um pinheiro com enfeites e luzes, acho bonito e me passa uma coisa boa ao olhar para ele, mesmo que eu não veja a homenagem ao Sol Invencível nisso e nem pense que essas luzes representam a celebração ao solstício de inverno. É simplesmente tradição com identidades perdidas, adaptadas, até porque solstício de inverno em dezembro no Brasil não cola.
Mas lá estão as luzes, os pinheiros, as comidas, um cara vestido absurdamente para os padrões tropicais do nosso país, claro que hoje isso tudo se dá apenas pelo apelo consumista da sociedade em que vivemos, mas por que não procurarmos a origem dessas coisas todas, né? Com certeza não saiu do nada. Pesquisar e se inteirar sobre o assunto é adquirir cultura, não faz mal nenhum!
Fica a dica para reflexão não só sobre a vida e sobre a solidariedade que traz esse espírito natalino, mas também sobre nossos hábitos e como realizamos coisas inconscientemente tradicionais sem questionarmos, não que seja ruim ou bom, é apenas uma sugestão à reflexão.
Espero que o Natal, dentro do espírito particular de cada um, tenha sido bom para você, leitor!
O meu foi ótimo!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre o dia em que terminam-se as provas e começam as férias

Quando a barriga roncou ela despertou, os lençois colados no corpo e aquela fome incontrolável. Só sabia que não tinha compromissos naquele dia, por isso tentou virar-se com dificuldade devido ao suor e ao calor do quarto, - que inferno de cidade! pensou.
Levantou-se e andou em direção à porta cambaleante de sono, finalmente se deu conta que já havia passado das 11h da manhã e entendeu o calor dentro do quarto. No banheiro, jogou água no rosto para acordar e para se refrescar e também porque não sabia bem o que fazer tendo tanto tempo disponível, podendo ficar o tempo que quisesse enrolando para levantar da cama, o tempo que quisesse no banheiro e se a preguiça fosse demais, poderia até voltar para a cama e dormir mais um pouco.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

[Tomorrow I'll miss you]

Sempre gostei da época de fim de ano, festas, fim das aulas, Natal, Reveillon, presentes, muita comida e espumantes, verãozinho com possibilidade de todo fíndi ir para a praia...Realmente uma das épocas mais legais do ano.
Mas hoje é diferente, tem todas essas coisas e tal, porém, na minha vida, há pouco tempo tem o fato de que essa época é quando os estudantes que vêm do interior estudar aqui voltam para suas casas e famílias, e é agora que ela vai embora, me deixando o verão solitário sem seus sorrisos e sua voz.
Ela vai embora, porque tem que ir, porque deve ir. E eu fico aqui, esperando e torcendo para ela voltar logo!
Vai Carolzinha, leva tua energia boa praqueles que te fizeram assim, e quando voltar me liga na mesma hora nunca esquecendo que aquela praia está esperando por nós!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

[E no meio de um inverno eu aprendi que havia dentro de mim um verão invencível]

Ficar aqui pensando não a leva a lugar nenhum, a pessoa dentro dela sabe muito bem disso, por isso soprava ideias em seu ouvido, na tentativaa de ver alguma reação por parte dela, mas nada acontecia. Ela morre de medo de tudo sem admitir esse defeito para ninguém, mas a pessoa dentro dela sempre teve conhecimento disso.
Então essa pessoa interna disse: -mas chegou o verão com seus banhos de mar! e ela subitamente acordou, abriu os olhos e as janelas e sentiu o sol quente tocar sua pele a ponto de aquecê-la de forma diferente do que nos últimos meses. E a revelação veio como uma dádiva maldita, que no verão ela se desconhecia e pensava outros pensamentos, pensamentos adormecidos e há muito tempo não imaginados.
Agora o calor adormece seu juízo e desperta sua loucura, pobre criatura essa que vive atormentada sem nunca conseguir achar sentido nos sonhos que a despertam a noite e logo ao abrir dos olhos já são deletados de sua memória, -o que será que eles querem dizer? ela pensa e logo decide: - é tudo culpa deles, mesmo sem saber do que se tratam, a partir de agora quando quiser justificar uma loucura vou fingir que tudo não se passou de um desses sonhos que não me lembro quando acordo.
E assim a pessoa que vive dentro dela conseguiu passar sua mensagem.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

[Life is what happens to you while you're busy making other plans]

Fim de ano chegando, o fim das provas também, mais tempo para ler coisas realmente legais, dormir mais, não viver à beira de um ataque de nervos, enfim, de viver de verdade e não só como se o ar que entra nos nossos pulmões ou o sangue que corre em nossas veias dependessem, necessariamente, das notas da faculdade ou da fatura do cartão de crédito ter sido paga.
Agora que o verão tá ali do lado e as férias, curtas para uns e longas para outros, também logo darão as caras, parece até que fica mais fácil repensar as coisas e planejar o próximo ano com as mesmas promessas que fizemos nessa mesma época do ano passado e que, obviamente, foram ignoradas.
Eu prometi a mim mesma que iria estudar bem mais nesses dois últimos semestres, ah, jura, né? Não deu. Ou se trabalha porque quer juntar uma grana e tal ou se dedica à faculdade com todo amor e carinho, as duas coisas juntas acabam ficando duas coisas feitas meia boca. Mas o que importa é que essas duas coisas importantes para mim estão aí, e eu me dedico a elas dentro do meu possível e das minhas capacidades de ser humano sem superpoderes.
Bom, mas se o negócio é começar a fazer planos e projetos que tentaremos mudar ou melhorar no próximo ano, vou tentar me focar mais nas pessoas da minha vida, não deixando de lado as coisas, digamos, materiais (facul e trabalho) e olhar com mesmo dispêndio de energia para os humanos que habitam ao meu redor, família, namorado, amigos, cachorro e gata (porque bicho também é gente e merece atenção! =P).



domingo, 28 de novembro de 2010

[Deixa eu dizer o que penso desta vida...]

Sabe do que eu mais sinto saudade? Da segurança. 
De poder olhar naqueles olhos e saber que eles diziam: -Deixa pra mim! 
De poder dormir tranquila sem acordar no meio da noite pensando no que eu vou fazer quando o mundo inteiro cair nos meus ombros.
Se não repararem bem podem dizer que estou ótima, feliz, até. Sorrisos fáceis, piadas, ironias, sarcasmos, tudo normal. 
Se pararem um minuto apenas  para tentar olhar dentro da minha alma, é melhor que nem tentem, não é legal entristecer o dia das pessoas do nosso convívio.
Queria só por um dia tirar um pouco do peso que eu mesma inventei de carregar sozinha, por utopia e ilusão, por ingenuidade, talvez, tá, pode ser que tenha sido até por burrice, mas agora já era, já foi.
Sou eu e meus pensamentos, sou eu e meu destino, sou eu e Deus, como deveria ter sido desde então.
Não tenho mais para quem deixar as coisas a serem resolvidas, a bronca quem tem que aguentar sou eu, a única responsável por tudo, por sonhar, por tentar e por ter sobrevivido...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

[Às vezes te odeio por quase um segundo...]

Pobre menina que deixa que as coisas pequenas a atinjam com a intensidade de um furacão e que tenta mascarar a decepção com a raiva quando ela sabe muito bem que o melhor a fazer nessas horas é ignorar e fingir que nada houve, que não há motivos para encher seus olhos de lágrimas. 
Ela se sente em dúvida, pensa muito e ao mesmo tempo tem a cabeça oca de pensamentos lógicos, pensa do mesmo modo de quem deseja atravessar uma rua, olha pra esquerda, olha pra direita e não sabe a qual dos dois lados deve prestar mais atenção.
Olhar pro lado é uma tarefa difícil pra ela, a menina, que em certos momentos passa a ser mais menina ainda, procurando colo sem ter coragem de pedir, com vergonha de demonstrar suas fraquezas. Uma grande bobagem, logo ela, que se considera uma das pessoas mais fortes de que ela mesma tem conhecimento, ter medo de descer do seu falso esconderijo onde ela finge que supera tudo sem a ajuda de ninguém.
Quando ela vê certas coisas, ela imagina outras, mas pensa nas consequências, examina lá no fundo do peito e escarafuncha milhões de motivos que a fazem não dar o passo que mudaria tudo, que a faria atravessar a avenida mais turbulenta sem olhar para nenhum lado, muito menos para trás.
Tudo faz sentido nessas horas em que ela desacorda para a razão, nesse sono ela se perde, talvez até se engane, talvez... Quem poderia dizer que isso não valerá a pena? Não há garantias de que um dia ela não irá olhar para o passado e dizer: -ainda bem que resisti e hoje sou feliz.
A menina vive assim nessa esquizofrenia sentimental, rodeada pelas certezas mais duvidosas, pelas lembranças dos beijos e dos passeios de mãos dadas e vai ver que é por isso que consegue ver alguma luz na escuridão e sentir algum calorzinho no peito que a faz permanecer naquele lado da rua, naquela mesma calçada de sempre.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

[Venus and mars are alright tonight]

Saca um sonho? Tipo aqueles em que voamos, ou melhor, dirigimos um carro voador. Sonhos malucos, meio impossíveis de realizar, a que nos referimos como meros frutos da imaginação porque a probabilidade de acontecer na vida real é quase nula.
Então, domingo eu vivi um sonho. Vivi, vi e ouvi. Mesmo que digam que o sonho terminou, por algumas poucas horas ele voltou a existir, da forma mais emocionante que podia ser, com 50 mil vozes cantando junto da voz dele, da voz de um Beatle, da voz de Paul.
O Gigante da Beira-Rio foi pequeno perto da alegria de milhares de beatlemaníacos incrédulos diante do ídolo, diante da confirmação de que tudo aquilo existiu sim, de que aqueles quatro fizeram e fazem parte da história de várias gerações e se depender de mim, farão parte das próximas também.



domingo, 3 de outubro de 2010

[Cuándo menos piensas sale el sol]

Então que setembro se foi, passou voando, isso sim. Eu penso em tudo que eu deveria ter feito, ter estudado, ter lido em setembro para adiantar serviço, mas não consegui fazer nada. Chega a dar uma desilusão em pensar que tudo tem que estar sempre ali pedindo para ser feito mesmo nas vezes em que não estamos assim tão dispostos a cumprir as tarefas.
Aí os dias passam, as semanas, o mês e está tudo ali esperando por nós, tudo aquilo que queríamos enfiar em um freezer e deixar esquecido. Para piorar ainda temos que deixar o conforto do lar em um domingo para votar obrigatoriamente, aff, tudo que é obrigatório é muito chato.
A primavera pintou com cara de semi-inverno, ainda não está empolgando muito, mas espero que o calorzinho chegue logo, até para ver se a vontade de fazer tarefas não muito divertidas chegue com ele. É hora de tentar manter a mente leve e não levar tudo tão a sério para não corrermos o risco de pensar que vivemos uma vida mecânica.
Enfim, outubro chegou, logo logo vem o cara aquele que anima muito os meus dias -o horário de verão- aí a preguiça vai ter que criar vergonha na cara e se ligar que assim que o sol brilhar mais forte é hora de viver, de sair pra rua, de mostrar o ombro e ver de novo criar a marquinha do relógio no pulso.
Não adianta, eu só sou feliz mesmo no verão.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bem coisa de mulherzinha...

A tarde chuvosa de Porto só se alegrou um pouco quando fui praticar um dos meus esportes favoritos nessa feira de vaidades que é a vida humana, ou seja, fui fazer compras, comprar sapatos, mais especificamente Melissas, como melisseira eu sou, eu melisso!
Lá fui eu em direção à loja certa para se achar esses lindos sapatos na cidade, peguei chuva, óbvio, andei pelas ruas, passei calor, mas tudo bem, sair dos caminhos de sempre também é bom, me perdi e fui obrigada a ligar para o meu GPS humano e enfim cheguei na loja!
Olhei os pares, peguei na mão, cheirei, experimentei vários e, para variar, do par que eu realmente queria não tinha mais a numeração dos meus diminutos pés, sindrome de Cinderela devido aos pés minúsculos que eu tenho, é bem frustrante isso. Me esforço para ter tríceps cada vez maiores, mas nada, nunca vai me fazer ter os pés no tamanho mais aceitável para não precisar ser a primeira da fila a comprar quando recém chegar o carregamento de sapatos.
Passado o momento de decepção e decidida a não sair de lá com as mãos abanando, dediquei todo alcance da minha vista a garimpar o par perfeito. E achei, obviamente, um minúsculo par que estava esquecido em algum canto por estar reservado a outra cliente de pés pequenos, mas que por alguma conjuntura astral não foi buscá-lo. Azar dela, sorte minha. Se sou fútil, acho que um pouquinho, todo mundo deve ser fútil alguns dias no mês, mas sem exageros. Sapato, roupa, maquiagem etc fazem bem pro ego feminino e para os olhos dos rapazes. A questão é quanto do seu salário está disposta a gastar com isso.
No mais, comprar é terapia, nem que seja manteiga de cacau na farmácia, qualquer coisa vale, afinal não sou Cinderela, meu príncipe não é lá essas coisas de encantado, meu sapatinho não é de cristal e minha magia não acaba meia-noite, a essa hora ela está só começando.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

[Quem não conhece o sabor do sabão...

jamais deu banho em um cão]

Então, a semana começou com um feriadinho interessante, só não é muito interessante dar banho no cachorro estando mega péssima de alergia, nariz escorrendo, pelo de cachorro, espuma respingando na cara, cão que se sacode (daquele jeito) dando um desagradável banho nos seres humanos em volta, depois na hora de secar ele tenta comer e mastigar a toalha, enfim, pura emoção.
Mas emoção mesmo é ser dona do vira-lata mais mal educado e velho gagá do mundo, odeia banho, rasga e destroi qualquer coisa de pano ou de plástico que estiver ao seu alcance, isso sem contar a obediência aos donos que é zero, sempre foi assim desde que ele era um filhote fofinho cor de vaca e que deixava calmamente que eu desse banho nele na pia do banheiro... Bons tempos.
Foi em um longínquo mês de setembro que ele chegou aqui em casa, há uns 15 anos, ou seja, nesse mês ele faz mais um aniversário como membro da família. Ele cresceu, eu cresci e continuamos aprendendo as coisas juntos, aprendi que cachorro velho aprende novos truques sim, truques para deixar a gente cada vez mais surpreso com as artes que ele ainda consegue fazer.
Assim como o famoso labrador que infernizou e alegrou uma família chamado Marley, o meu vira-lata também recebeu nome de músico e é com muita alegria que eu comunico que Elvis não morreu, ao contrário, continua bem vivo tocando o terror no quintal aqui de casa.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

[Cómo quisiera poder vivir sin ti]

Droga de vida, de dúvidas, de medos, de indecisões...Droga de amor! O amor deixa a gente fraco, burro, cego, inutilizado para pensamentos lógicos e racionais. O coração é o meu maior inimigo, queria fazer tanta coisa, mas ele não deixa, não deixa que eu deixe tudo para trás.
Se tu soubesses da guerra que travo dentro de mim. Se fosse fácil deixar tudo de lado, sentimentos, vontades, medos e transcender a outra coisa, sem tantas preocupações, ser um fantasma solitário pelo caminho dos que têm vida e conseguem organizá-la.
Mas tu existes, a razão dos meus impasses, das minhas lágrimas de tristeza, de medo, de raiva e de alegria. Maldita covardia provocada pelo amor, rico amor, que pede tudo o que temos e não nos dá nada em troca. Nos rouba os nossos melhores momentos e a recompensa é efêmera e inútil.
Se pelo menos eu conseguisse apagar aqueles momentos da memória, aqueles poucos momentos que o falso amigo chamado amor nos proporcionou, se eu pudesse esquecer que houve tempos bons e pensar só de forma prática e objetiva, se eu pudesse enxergar somente com meus olhos e nada mais. Se eu tivesse certeza que olharia para trás sem dor, tudo isso que se passa na minha mente agora estaria tão mais claro, mas existe o amor para nublar tudo, quem me mandou dar uma chance para ele? Sei que minha alma não é pequena, mas será que tudo isso vale a pena? Já não tenho mais certezas, o futuro agora são só imagens desfocadas e o próximo capítulo, só esperando para ver.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

[Ela sabe espantar o tédio, cortar cabelo e nadar no mar]

Fome, sono e antissociabilidade. Todas essas coisas têm algo em comum. Escrevo isso, pois notei que quando estou com muito sono ou muita fome fico com ainda menos paciência com as pessoas do que o habitual. E eu, geralmente, não tenho paciência nenhuma mesmo com a barriga cheia ou tendo tido uma bela noite de sono.
E sobre essa falta de vontade de sociabilizar que ninguém entende. Se eu entro no ônibus e me deparo com um colega posso dar oi, ser educada, sorrir até, mas isso não quer dizer que eu queira que a pessoa se sente ao meu lado e me obrigue a dividir meu tempo e as minhas ideias com ela (com restritas exceções).
Quando estou sozinha, lendo ou ouvindo música, não é por nada, não é porque não tenho companhias, é porque não tenhas AS companhias que me agradam ou porque estou a fim de ficar só comigo mesma, pensando na vida, estudando, fazendo qualquer coisas imaginária sem que alguém que não se enquadre no meu momento venha me perturbar e me obrigar a conviver.
E nessa história de surgir gente do nada para nos alugar os assuntos são os mais variados possíveis, acabamos ouvindo cada bizarrice, pseudointelectualidade, filosofia de boteco e conselhos (por que quem não conhece a gente adora dar conselhos?) que chega a dar um arrependimento de se ter parado justamente ali naquele lugar.
Se escrevo isso é porque realmente vem aumentando essas situações nos últimos meses, e acho que não sou só eu que sofro do mal da anticonvivência humana, creio que existam outros com as mesmas opiniões que eu, que prezam seu tempo ocioso solitário, não significa antipatia ou falta de educação, o nome disso é personalidade. Sou muito simpática inclusive, tenho minhas boas qualidades, mas meu espaço e meu tempo não tem dinheiro que pague.
Quer ser meu amigo, beleza, mas me conquiste antes, eu não vou me fazer de difícil, só não ocupe meu território assim como alguém se apossa de algo que é público, agora se por acaso me encontrar rodeada de pessoas dando risadas ou conversando horrores, saiba que fui conquistada por elas, que eu não abro mão da companhia delas, porque quando eu sociabilizo, pode crer, é porque vale muito a pena.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

[What will be, will be and so it goes...]

O dia tá esquentando, já me bate aquela vontade de fazer não sei o quê. 
A vontade de não querer ficar na sala de aula, mas sim de conversa com os colegas na rua. 
De ouvir Jack Johnson olhando o mar!
Dá a sensação mais chata do que nunca de que ficar preso no trabalho é um tédio. 
Essas coisas que vêm com o calor, sei lá, uma vontade de viver inexplicável.
E tá só começando!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

[You'll be here in my heart no matter what they say]

A dor, a perda, a irreparável falta. Nada se compara a esse vazio que fica no lugar de quem vai embora. A fé ou aumenta ou acaba nesse instante, a sensação é de que por mais que tentássemos, por mais que lutássemos existem forças maiores do que as nossas vontades e do que os nossos sacrifícios.
Escrevo isso, pois sei dos que perderam pessoas nos últimos dias, nas últimas horas e a vontade de escrever vem, assim como vem a vontade de chorar ou vem a fome, vem e vai embora.  
Não recentemente, mas já perdi há tempos, há poucos anos, há muitos anos, há tanto tempo que já cicatrizou e há tempo que não importa o quanto passe nunca cicatriza completamente, cria aquela casquinha que se coçar um pouco ela descola e sangra, sangra demais. Perdi, sim e sei que vou continuar perdendo ao longo dos anos e do tempo que vai passar.
O que não perco é a fé, o bom humor para encarar cada rasteira que a vida me dá e a certeza de que todos os meus continuam meus, de que quem a gente ama não  se vai para sempre,  mas fica para sempre morando em algum canto da nossa existência e às vezes, nos sonhos mais sortudos, voltam para bater um papo como antigamente e para deixar aquela sensação de como é ruim acordar no meio da mais esperada das visitas.


"Just look over your shoulder
I'll be there always"

domingo, 22 de agosto de 2010

[Amores imperfeitos são as flores da estação]

Tudo está mudando, a começar pela estação. Os passarinhos me ensurdecem, a cantoria é empolgada e para alguns, empolgante. Pintou um calorzinho sem grandes caras de que vai ficar, mas mesmo assim já aqueceu um pouquinho meu humor já há tanto tempo deprimido pelo inverno. Dispenso lembretes do tipo 'com esse calor imagino como vai ser quando começar a chover!'
Minha alegria já está se assanhando, até a preguiça parece estar dando espaço a uma vontadezinha de sair pra rua e tomar um sol, de sair para caminhar nas tardes, obviamente, no final de semana, pois a semana útil continua bem ocupada com as obrigações diárias.
Estou feliz por duas coisas: 1) ontem consegui, finalmente, andar na rua com os braços de fora e 2) senti o cheirinho da flor da bergamoteira, que sei lá se tem outro nome, mas para mim é esse. Esse cheiro é o ponta-pé inicial para a primavera e esse blog vai poder ter mais a cara do nome dele, pois sua dona voltou a ser a guria com os olhos ensolarados!



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

[Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou]

O frio me cansa, me cansa também andar pela rua e por todos os lugares como se estivesse enrolada em um edredon tentando assim me isolar de tanto ar gelado, mas o que eu queria mesmo era mudar de roupa.
Faz muito tempo que não coloco os braços de fora, que não vejo formar a marquinha do relógio no pulso, que não sinto o sol esquentar a pele.
Inverno é sinônimo de depressão, o sol brilha, mas não aquece, a chuva, por mais insignificante que seja, potencializa ainda mais o frio e por consequência, a minha tristeza. Levantar da cama quentinha é um suplício. Se o vento resolve soprar com vontade então, o suicídio é um dever. E não vou nem entrar na questão quero-praia-logo para não ser ainda mais cricri.
Cadê a elegância que dizem que existe mais no inverno do que no verão?  Só vejo gente com roupa por cima de roupa com a finalidade única de tentar não congelar. Quero poder sair de sapatilha faceira por aí sem que meus pés virem picolés.
O que venho querendo ultimamente é algo que não queria há muito tempo: simplesmente usar um vestidinho e ser feliz!
Chega logo, primavera para amenizar a minha agonia e a de todas as pessoas que, como eu, não têm hábitos de pinguim e que ainda não obtiveram o alcance espiritual devido para ver a beleza em tiritar de frio.



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pet Sematary

Então que hoje é sexta-feira 13 Zagallo's Day e de agosto pra piorar mais ainda, se é que dias e números fazem alguma diferença, enfim, aqui em Porto Alegre o cenário estava bem propício pra desgraças se é que hoje seria o dia ideal para elas acontecerem.
Um vendaval praticamente varreu a cidade, galhos e folhas de árvores pelas ruas e para minha infelicidade, a primeira coisa que avisto quando estou quase chegando no castigo na parada de ônibus é um pobre vira-latinha falecido no asfalto. Dentro do ônibus, já no meio do caminho para a faculdade vejo outro azarado cusco morto na calçada, realmente o dia começou mal, para mim e mais ainda para eles, mas me fariam mal esses eventos até na terça-feira de carnaval. Já no início da manhã isso deu a tônica macabra e  mais o dia cinzento dessa data imbecil que muitos acreditam que tenha algum significado diferente.
13 ou não, sexta-feira ou domingo, para mim agosto é o mês do cachorro louco morto! E ainda tem gente com a coragem de dizer que é o gato preto que dá azar...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

[Sleep pretty darling, do not cry and I will sing a lullaby]

Os sonhos - ah, esses danados - me movem de formas incontroláveis e às vezes, paranoicas. Sonho com tanto e com tão pouco, sonho em ter todas as coisas do mundo e sonho em ser feliz sem quase nenhuma delas. Sonho com outra cidade, uma cidade ensolarada e com uma praia linda e pequeninha onde eu possa molhar os pés sempre que me der vontade. Sonho com uma vida sem correria, mas isso aí já não se enquadra em sonho, está mais para utopia.
Sonho com tanta coisa maluca, agora falo sobre os sonhos inconscientes, aqueles que sonhamos dormindo. Sonho muito com as coisas que me preocupam durante o dia e que meu querido cérebro não me dá folga nem na hora de descansar. Sonho com meu cachorro fazendo as mais loucas estripulias enquanto eu durmo, esses sonhos são mais lembranças do que sonhos, pois ele é capaz de realizar todas elas em frente aos meu olhos acordados.
Sonho dentro do ônibus na ida pra aula e  pro trabalho e na volta pra casa, mas esses sonhos chamo de devaneios, os mesmo quase sempre, me vejo dentro de um carro sem ter que gastar minutos em vão em paradas de ônibus péssimamente conservadas da minha capital. Em geral, nesses devaneios sempre há espaço para me ver degustando algum prato que obviamente não encontrarei quando finalmente chegar em casa. Minha mente me tortura tanto, me dá tantas ideias e tantas decepções ao mesmo tempo.
Ah, esses sonhos, eu disse que eles eram danados!






sexta-feira, 9 de julho de 2010

[Roupa lavada no varal cega minha visão]

O semestre está terminando e com ele termina, por pouco tempo, a rotina de provas, trabalhos, seminários e todas as monótonas atividades didáticas que os professores teimam que são muito interessantes e blá blá blá. Posso dizer que por alguns dias poderei por em dia as leituras por prazer e não por pura obrigação, também dá pra ver uns filminhos e também dar uma dormida, porque é o que eu gosto de fazer sempre que tenho horas ociosas.
Mas o que me aguarda anciosamente ou o que eu aguardo anciosamente para por em dia é algo incompreensível para a maioria dos humanos normais ou comuns, não vejo a hora de poder lavar as roupas com toda a calma e dedicação que elas merecem, sem ter que deixá-las lavando solitárias pelas madrugadas e tendo que ser estendidas e recolhidas às pressas, assim como se fossem simples panos sem importância.
Vício, mania, compulsão? Alguns ousariam chamar até de loucura o meu gosto pela lavagem de roupas, caro leitor! Mas eu não devo nada a ninguém, nem estou prejudicando os outros com minha diversão. O que tem de mais em não ver a hora de chegar em casa para finalmente carregar a máquina com roupas sujas e acompanhar a evolução do processo? Hein? Nada, é uma questão de gosto, normalíssima. Estar entre amaciantes e sabões em pó nas prateleiras do supermercado para mim é tão bom quanto comprar sapatos, livros e roupas, aliás as roupas são as matérias primas desse meu pequeno prazer, por isso adoro comprá-las.
Eu me sinto super bem vendo minhas roupas estendidas a secar tendo o sol como testemunha. É muito bonito. Meu único problema em relação a isso, e aí sim, poderíamos dizer que teria algo errado, é que sempre que fico muito tempo longe de casa, viajando ou se passo o fim de semana fora, me pego pensando que poderia estar em casa lavando minhas queridas roupas, isso pode ser que não seja normal, mas ainda não vi motivos suficientes para procurar ajuda psicológica.
Sei que essa é minha sina, lavar roupas, mas é também minha alegria, uma alegria simples, sem grandes comprometimentos monetários, é o que me acalma, o que me traz paz, olhar a roupa girando, girando naquele ciclo maravilhoso que renova e limpa tudo que está sujo é praticamente um exercício de transcendentalização que eu recomendo e muita gente realiza a transcendentalização lavando o carro e nem por isso é chamada de doida, ou seja, é tudo tão normal que eu nem sei porque fazem aquela cara quando eu digo que amo lavar roupa, gente estranha, né?


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu quero ver gol!

Bom, eu me vacinei, meio pressionada pelo pavor e também porque eu não precisei entrar em um posto do SUS e esperar pela vacina contra uma doença enquanto adquiria várias outras doenças piores no ambiente viral pouco asséptico característico do lugar onde o povo espera nos postos.
Então, achei que tinha feito uma grande coisa pela vida, mas desde ontem quando a gripe bateu na minha porta parecendo que veio pra ficar, já penso que vacina contra a gripe é mais um motivo de levar uma picada no braço, eu não tomo mais.
O lado bom da gripe? Até tem, sei lá, tirando o frio que se sente quando nem está tão frio assim, uma sensação febril que dá arrepios, o nariz congestionado e em carne viva e a tosse de cachorro esgualepado, pensar que se pode ver os jogos da copa porque não se tem a mínima condição de sair de casa e desfrutar de toda a umidade oferecida pela cidade de Porto Alegre é realmente um ponto positivo.
Também penso de maneira altruísta não querendo disseminar meu vírus pela cidade, pela universidade, pelo ônibus etc. Inclusive seria muito mais inteligente fazer as criaturas doentes ficarem em casa do que vacinar a torto e a direito, porque o povo gripa do mesmo jeito. Ai sei lá, pode ser delírio de gente gripada, mas não é assim tão estúpido o que eu digo.
Mas ficando em casa com a sensação de ter sido atropelada por um trator, além de me deixar atrasada nas discplinas no fim do semestre e comprometer minha assiduidade ao trabalho, também me rende altas doses de fazer nada e ainda por cima me cansar, efeito da peste que se abateu aqui.
Chego a cansar só de ver aqueles rapazes correndo, correndo e nada de sair gol, parece que a copa do mundo é que está gripada, travada. Também não lembro de ter visto copas com arquibancadas com gente tão cheia de roupas e casacos, copa no inverno ninguém merece!
Enquanto eu espero os gols, a gripe vai passando ou enquanto eu espero a gripe passar, os gols vão sendo perdidos e mais um dia se passa e como minhas articulações dos ombros doem como nunca, vou parando por aqui, até porque esse post não tem a mínima razão de ser. Acho que é a febre!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aff...

Confesso que cansei de toda essa falação, de toda essa gente que reclama do frio e de tudo que me cansa os olhos e os ouvidos.
Cansei de ler e reler, de tentar escrever, de tentar falar menos e de acordar antes do sol.
Cansei de comer qualquer comida, de contar os reais gastos, de fazer as contas todo santo mês, de gastar com culpa.
Cansei de certas caras e de certas vozes, de certos ois e de certas companhias impostas pelo espaço comum.
Cansei de um mundo de chatices que só o inverno sabe me trazer, de ver que por mais que eu tente não me irritar sempre vai ter alguém no mundo que desperta minha raiva, mesmo que esse alguém nem saiba disso.
Cansei de esperar, de prometer, de remediar, de ter falsas esperanças.
Cansei da rebeldia sem causa de uma juventude universitária livre para fazer tudo que bem entender e que brinca de fingir que vive em uma ditadura.
Cansei, cansei, cansei de tudo, mas confesso que ainda tenho muita energia.
Energia para reagir, para gritar, para calar e para sorrir.
Para ser cínica, do cinismo dos que escolhem não ser sinceros com gentes que não merecem a sinceridade.
Para ser normal e estressada nessa cidade monótona.
E para ser feliz.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

[Bom recomeçar, poder contar com você]

Acordei com a testa molhada do suor dos sonhos inacabados. Foi uma fuga, sonhava que corria, que gritava e pedia para que você não fosse embora, não se ainda valesse a pena dividir qualquer coisa que fosse comigo. Joguei água na cara para ver se a sensação assustadora do sonho ia embora, mas aos poucos, olhando para meus olhos vermelhos no espelho, me dei conta de que aquilo não era sonho, mas uma lembrança do que acabara de acontecer.
Sim, eu quero ser independente e andar com minhas próprias pernas, não quero viver a vida atrelada a um homem, quero trabalhar e ganhar meu dinheiro como já faço hoje! Estar com você não é submissão de mulherzinha casada, não preciso que você pague minhas contas no futuro, eu as pagarei como já faço hoje!
Vou dizer o que é estar com você: é outra coisa bem diferente, é poder dividir meu dia e meus sentimentos com quem amo, é ter ao meu lado meu companheiro de aventuras, é saber que não importa quantos obstáculos se coloquem a nossa frente você vai estar segurando minha mão e juntos contoraremos todos.
Amar alguém não é necessitar desse alguém, não é prisão nem sacrifício, é estar-se preso por vontade, como diz a música ou o poema de Camões, se preferir. É sempre ter um motivo para sorrir, pois na falta de alegria pelas conquistas de si mesmo, nos alegramos pelas conquistas do outro. Amar não é olhar para trás para pensar em tudo o que não deu certo, é olhar para frente para construir a estrada pela qual ainda não passamos.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Análise combinatória

Das coisas que combinam:
Sol + mar;
Dia de chuva + cobertor;
Filme + pipoca + guaraná;
Letras + design; 
Pizza + Coca-cola;
Vermelho + branco;
Ross + Rachel;
Férias + Verão;
Gre + NAL
Amigos + fim de semana;
Havaianas + areia da praia.

Das coisas que não combinam:
Fim de semestre na faculdade + The Beatles Rock Band;
Carnaval + ficar na cidade;
Assistir futebol na Net (com delay) + ter um ser ouvindo o jogo no radinho ao lado;
Pessoas que dormem em ônibus + essas mesmas pessoas sentarem do lado do corredor (janela, oi?!);
Salário + fatura do cartão;
Amor + ciúme;
Chuva + andar a pé.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crocs: nem pensar!

Existem coisas que por mais que a moda tente enfiar goela abaixo eu não aceito e a coisa mais inaceitável atualmente, pro meu gosto, são as abomináveis Crocs. Até pensei em dar um par dessas coisas plásticas para minha mãe no dia das mães, estava até topando ser assaltada pagar 100 reais por essa obra do horror, por achar que por pior que fosse a aparência, parecia confortável, mas não deu. Quando peguei um par daquilo dentro da loja e olhei de perto só me veio uma palavra à mente: pavoroso!
Esse calçado tem um formato estranho, sei lá, me lembra o dinossauro Barney, não acho nada de belo nisso, até pensei em um contexto no qual eu poderia apreciar o dito sapato, pensa comigo: o Gennaro Gattuso (não sabe quem é? Clica ae! E bora fazer torcida pra Azzurra na Copa!) vindo em minha direção em carne, osso (mais carne do que osso), coxas, abdômen delicinha e barba por fazer, vestindo nada mais que um par de Crocs. O que eu diria para ele? – Tira isso! Por dois motivos óbvios, um deles é que nem assim eu tolero ver tal calçado.
Se nem assim eu simpatizo com as Crocs é porque realmente o negócio é intragável e o pior é que vivo me deparando com adeptos do seu uso pelas ruas da cidade. Em criança até vai, mas com o público adulto não combina. Sei que gosto não se discute e que minhas Melissas são puro plástico também, mas pelo menos elas tem design (e eu gosto muito de design e de designer também ;)) e também conheço muita gente que as detesta, mas fazer o quê? A crítica aqui é mais para quem desenhou isso e não para quem usa, porque os motivos de identificação das pessoas com as coisas são tão variados que nem Freud explica.
Pode usar o argumento que for para defender essas coisas, mas um treco desses no meu pé não vai ver nunca, a menos que eu sofra de uma doença degenerativa do bom senso, mas aí complica muito, pois além de eu correr o risco de usar essas coisas nos meus pés e em público, posso passar a achar o máximo essa história de o Brasil sediar Olimpíada e Copa do mundo. Realmente, muita falta de bom senso!

__________________________________________________


Se por acaso algum usuário/simpatizante/sensível se ofender com minhas opiniões quero dizer que cada um é livre para usar o calçado que bem entender, bem como eu sou livre para escrever o que me der na telha, lembrando que na descrição do blog diz que aqui é um espaço para cultura útil e inútil!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

[Um banho de chuva...]

E chove nessa cidade, aqui de dentro ouço os pingos da chuva baterem no ar condicionado, não me aguento e abro a janela para admirar a água.
Que vontade de sair daqui e tomar um banho nessa chuva linda, sei dos desastres que surgem com ela, mas não se pode negar que ela é maravilhosa.
Chuva, continua caindo, não sei o motivo de sentir tanta coisa boa vendo a água que se derrama lá de cima, sei que gosto e ponto!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

[Estou com medo, tive um pesadelo...Só vou voltar depois das três]

Ontem foi o domingo de dia das mães, pensei na minha mãe e em todas as mães que eu tenho e que eu conheço, passei o dia com elas, conversamos e rimos, comemos horrores, lavamos a louça várias vezes e então me veio a ideia, depois de muito tempo pensando o oposto, de que ser mãe deve ser bom.
Não curto muito perder o controle das minhas coisas e da minha vida e por isso sempre pensei que a maternindade se tornaria de uma hora para outra um descontrole total, pois colocamos no mundo um ser humano que controlamos no início, mas que não vem com manual de instruções e certificado de garantia, ou seja, vou reclamar pra quem?
A televisão nessa época de paranoia consumista só piora mostrando os comerciais recheados de bebês fofinhos e roliços, com suas risadinhas amáveis criando a falsa sensação de que aquilo tudo é só isso: maravilhoso, gratificante... Chega a dar até vontade de repensar toda minha vida e incluir uma miniatura minha nos meus planos futuros.
Mas e as minhas dúvidas, as minhas vontades, os meus sonhos, onde que eles ficam? Quando uma fêmea abre a boca e profere a ideia de que não pensa em ter filhos é vista com um pouco menos de nojo do que um pobre cãozinho sarnento, será que isso é ainda tão grave na nossa sociedade?
Parece nobre e até soa muito lindo querer dividir o próprio corpo com aquela obra da nossa engenharia pessoal, fornecer metade do DNA, abolir as noites de sono, amparar os dias de dor de ouvido, e isso tudo na fase mais bacana que é quando eles não sabem falar ou xingar. Mas e na adolescência? Eu fui adolescente, ninguém me contou, que fase maldita pra quem vive porém para quem vive essa fase, mas já passou dela, ou seja, para os pais, deve ser como ir para o inferno em vida ou coisa pior.
O pouco que posso concluir desse impasse existencial é que algumas mulheres nascem para ser mães, outras para não ser, algumas aprendem mesmo sem ter jeito no início, outras nunca aprendem nada virando filha dos filhos e tem a classe que jamais deveria ter posto uma cria no mundo por incapacidade psicológica, mas tem coleção de rebentos, enfim, não há lei absoluta, cada caso é um caso.
Apesar de tudo isso confesso que as portas não estão totalmente fechadas para essa ideia, sei lá, daqui a alguns vários anos, o apartamento pode ficar muito vazio, muito silencioso, com as paredes muito sem riscos de giz de cera...Quem sabe...

_____________________________________________________

Uma ressalva sobre a adolescência: não estou cuspindo no prato que comi, curti muito minha fase maluca de festas, de neuroses sobre quem sou e para onde vou e das paixões lancinantes, mas quando falo sobre a maldição dessa etapa é justamente sobre as inquietudes e os milhões de dúvidas que pairam na cabeça de toda criatura nessa idade, situação que afeta o jovem e todos ao seu redor (leia-se: pais e/ou responsáveis) .Fora isso, é, sem dúvida, a fase mais divertida da vida, mas isso pra quem sabe se divertir! =P

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um dia...

Um dia eu vou fechar a porta de casa e ouvir somente o que e quem eu quiser ouvir, se quiser.
Um dia eu vou tirar as férias inesquecíveis com a maior distância de Porto Alegre que nunca estive.
Um dia vou receber meu diploma e me tornarei tradutora, uma profissão não reconhecida nesse mundo.
Um dia vou ter um carro a álcool e vou dar o grito de independência de uma vida inteira de transporte coletivo.
Um dia, não sei quando, eu vou lembrar de hoje e pensar que sonhava sonhos possíveis. 
=)

domingo, 25 de abril de 2010

[Someday I'll be Saturday night]

A chuva cai lá fora, aqui dentro ouço o barulho da água acumulada nas telhas que vão pingando e penso que o tédio do domingo seria facilmente resolvido se as segundas feiras fossem abolidas como dias úteis, pois se teria a sensação de que o findi ainda não estaria terminado e que ainda restaria mais umas horas para se colocar em dia alguns assuntos.
Essa coisa de programar o despertador do celular tem a maior cara de que a semana chata está para começar, que os ônibus nos esperam nas avenidas da cidade, que os bares e restaurantes onde almoçamos estarão cheios de calor humano e lerdeza quando precisamos de agilidade para não nos atrasar, ou seja, aquela maravilha toda da correria habitual dos humanos do mundo capitalista.
Ah, se eu pudesse só passar a noite ouvindo os pinguinhos da chuva com a cabeça encostada no meu travesseiro!
Mas esse é o jogo, a vida não é um ensaio, ela é exatamente o tempo que decorre entre os dias menos importantes da nossa existência: o de nosso nascimento e de nossa morte, menos importantes, pois sobre eles não temos controle algum então nem vamos perder nosso já restrito tempo com eles. 
Sobre os dias que podemos escolher nossas ações é que temos que pensar mais,e reclamar menos, e criar nossas alternativas para maior agilidade e organização, e para ver o sol  ou admirar a chuva, podemos nos rebelar de vez em quando, mas nunca pensar que nada disso vale a pena.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Feliz dia do Livro!

Hoje é o dia do livro, mas não vou me ater a discussões sobre a importância da leitura e da literatura na vida das pessoas, pois isso seria um argumento muito tedioso para um dia cinza como hoje.Quero falar sobre o quanto amo os livros, sobre o quanto gosto do cheiro deles, sobre tudo de bom que me vem à mente quando penso neles.
Fui acostumada desde pequena a adorar esses objetos de papel. Lembro do meu pai chegando do trabalho e em suas mãos estava o instrumento que me faria despertencer a um mundo vazio, meu pai foi quem me deu asas para voar. Dele recebi, além de 50% do meu genoma, o gosto e o amor pelos livros. Ainda antes de ser alfabetizada, lembro de receber de suas mãos os livros de contos de fada dos quais tomava conhecimento pela voz da minha mãe. Será que nessa época eles imaginavam o quanto esse hábito da leitura mudaria, ou melhor, daria uma razão à minha vida?
Me considero uma pessoa letrada, amante das letras, mas sem preconceitos contra novela, futebol e tipos de literaturas consideradas menos valiosas, o que sei é que gosto de ler tudo que me atrai, que me diz coisas boas, que me ensina sobre outros mundos, outras épocas, outras ideologias, gosto de me perder entre personagens e situações e depois voltar, lentamente, ao mundo real.

domingo, 18 de abril de 2010

[Some girls won't dance to the beat of the track]

Quando a vontade de chorar invadir sua alma, mesmo sem motivos aparentes, deixe a lágrima rolar, não pense muito, não traia seus sentimentos, chore bastante até lavar a alma e depois, como se nada tivesse acontecido, retome a vida do ponto onde foi interrompido.
Quando pintar aquele outro olhar que bate no seu e fecha todas, não desvie seus olhos, sustente a mira e deixe que o brilho do seu olhar fale por si só. Depois a gente vê no que dá.
O mesmo vale para todas as tentativas de ser feliz e de encontrar gente boa nesse mundo, não se prive das boas companhias nem dos ótimos diálogos, sérios ou engraçados, ou ambos. Fui aprendendo isso nessas últimas semanas, me dei a liberdade de interagir com pessoas novas e sabe de uma coisa? Tô amando. Não sei até quando minha sociabilidade positiva irá durar, mas isso, no momento, não importa.
O que me importa agora é rir, estudar, trabalhar, amar, falar muito mais do que estava habituada, andar pela cidade nas tardes menos quentes sempre que possível, essas coisas que são simples e ninguém ,geralmente, dá muita importância. Vou ser feliz e já volto!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

[Hoje não dá, não sei mais o que dizer e nem o que pensar]

Em casa à noite ela pensava em como seria se os dias amanhecessem sempre cinzas, sempre com aquela cor pálida, será que seria mais melancólico e por isso, talvez, mais alegre? Porque ela gosta dos dias cinzentos.

No ônibus ela pensava sobre o motivo das pessoas que se sentam no lado direito do banco, ou seja, no corredor, sempre dormirem e quem fica preso, sentado no lado da janela ter que fingir que tosse ou que mexe na bolsa para, indiretamente, cutucar a criatura adormecida e assim conseguir descer na sua parada.

No caminho entre o prédio da letras e o da química, em busca do café da manhã de todas as manhãs (Chaves, oi?), ela pensava por que se toma tanto café na faculdade e que desse jeito não há creme dental branqueador que faça milagres.

Na sua sala do trabalho ela pensava em como os joelhos doem quando se passa tanto tempo sentado e ao mesmo tempo em como eles doem do mesmo jeito quando se caminha muito.

Na frente do note, escrevendo, ela pensa que só pessoas desocupadas pensariam tantas coisas inúteis como essas embora só pessoas com muito o que fazer e sem vontade de ler tratados de linguística sobre semântica é que compartilhariam semelhante nulidade em um blog fazendo as pessoas leitoras gastarem seu tempo em vão.

De nada. =P

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ôh, Sartre!

Discordo categoricamente com muitas das coisas que ele pensa, o cara diz que só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência e que a convivência é inevitável embora eu não ache tão inevitável assim, mas que o inferno são os outros, com isso eu concordo, apesar de não achar o outro fundamental para minha trajetória, esse cara viaja muito, fundamental, no meu ponto de vista,  é se livrar do outro quando esse é indesejável a fim de evitar que a paciência termine. 
Hoje me considero cheia de certas atitudes, de certas pessoas, de certos comentários, de certos "vou fingir que não ouvi", esses vindos de mim mesma.
Cansei de ouvir frases repetitivas e julgadoras de pessoas inconvenientes que não sabem a diferença entre querer falar alguma coisa e será que querem ouvir o que eu tenho a dizer. 
Os outros, nesse caso, o outro, são constantes ideias imbecis que devemos aguentar ao longo de um período de tempo na faculdade na vida e que vão, lentamente, nos deixando com vontade de cometer homicídio ou a humilhação pública da criatura em questão, e na minha opinião, tanto a primeira quanto a segunda opção são negativas e condenáveis.
Qual o problema das pessoas em ficarem quietas? Em pensarem para si mesmas, pois essa é a função do pensamento, para se exteriorizar a ideia é  que é preciso verbalizar, justamente, essa é a hora exata de calar a boca e refletir se o que têm a dizer tem alguma relevância na vida alheia.
Sei que quem deveria ler isso aqui sequer se interessa em ler blogs, e mesmo que lesse, dificilmente mudaria sua postura (bom senso, oi?), mas enfim, é apenas um desabafo, e tenho certeza que muitos se identificam com a situação que eu venho vivendo há um tempo.
Deixo aqui meu humilde pedido: por favor, pessoas, não deixem que palavras inúteis perturbem os seus ouvidos, não sejam tão tolerantes a ponto de perder preciosos minutos dos seus dias ouvindo idiotices e falatória dispensáveis às suas vidas, não é necesário ser deselegante, isso eu garanto, a indiferença diz mais do que uma boa (e/ou merecida) bofetada. Fica a dica!