quinta-feira, 18 de março de 2010

Hoje estou nostálgica, ah nem me pergunte o motivo, leitor, talvez me sinta assim por viver entre pessoas bacanas mas que, infelizmente, nasceram uns 10 anos depois de mim, isso é um grande prejuízo quando se quer rir de coisas que vem à mente no meio da aula e a criatura que está ao nosso lado nasceu na época do Pokemon.
Eu tive o privilégio de crescer na década de 80, época de polainastosqueiras fashion que depois de rirem muito de quem as usou, resgataram e você vê o motivo das piadas desfilando pelas ruas atualmente. Minha mãe, super antenada na moda, metia aquelas coisas nas minhas pernas em, praticamente, todas as situações.
Superada a etapa da polaina, mas ainda antes de começar a frequentar a escola, eu passava as manhãs com a cara grudada na televisão vendo orientais trajarem roupas ridículas e lutarem contra monstros espaciais, com naves super maneiras que tinham seus comandos acionados SEMPRE com o dedo polegar do heroi (agora me diga, por quê?). Quem não lembra da roupinha de leopardo do Jaspion, das luvas de musculação, da sua calça de lycra branco brilhante e suas -pasmem!- polainas, pois sim, aquelas coisas eram polainas!
O tempo foi passando e foi aumentando a safra de herois bizarros e lutas mortais travadas em pedreiras, sempre em pedreiras, com direito a explosões constrangedoras e muita fumaça, onde o monstro muito maligno era derrotado e finalmente a paz voltava a reinar no Japãona Terra.
Quando comecei a ir à escola a rotina não mudou muito, continuávamos assistindo aos mesmos seriados, e acrescentando mais adrenalina às nossas vidas, afinal, toda criança daquela época se sentia um personagem heroico sempre que nos domingos algum pai ou tio mandava ir correndo ao armazém antes que fechasse pra trazer mais uma garrafa de refri, de vidro, sim! nosso mundo ainda não era assolado pelos monstros de plástico poluidores. As crianças iam correndo, desbravando a rua, como se naquela missão estivesse em jogo o futuro da humanidade.
Também foi a época de ver Os Trapalhões enquanto ainda eram 4, o He-man, os Thundercats, de ouvir o vinil do Trem da Alegria, de comer os guarda-chuvas de chocolate, realmente, não sei se aquilo tinha outro nome, enfim, todas as coisas que hoje, quando encontramos lembranças delas, nossos olhos se enchem de lágrimas, o que é um sinal de que estamos envelhecendo, mas não necessariamente ficando velhos. Comecei a achar que estava ficando velha quando queria ver no Vale a pena ver de novo a novela Rainha da Sucata ou a Tieta, mas só reprisavam novelas gravadas depois do ano 2000.
Quando a década de 90 chegou trazendo sua invasão de video games e jogos eletrônicos, toscos sim, mas na época achavamos tudo uma revolução de modernidade, as coisas começaram a figurar mais parecidas como o que é hoje em dia, mas sem internet. Os nossos herois passaram a ser contolados pelas nossas mãos nos controles e dos japoneses, trouxeram os herois em desenho animado, já sem aquele glamour dos de carne e osso, mas muito bem assistidos por nós.
Foi uma época boa, que criou uma geração diferente, hoje adultos, não deixamos aquela criança oitentista que existe dentro de nós morrer, é estranho e ao mesmo tempo muito divertido. O Chaves está aí até hoje e não me deixa mentir, até hoje sabemos as falas de cor de cada personagem, quem não lembra do Chaves em Acapulco ou do Festival da boa vizinhança?
O bom é que sem querer querendo ou não, a internet que temos hoje, mas que não tinhamos nos anos 80, nos traz tudo de novo, nos dá a oportunidade de rir mais uma vez ou até de chorar de rir com as cenas hilárias de cafonas, com as músicas de lambada, e outras breguices, com os personagens bizarramente vestidos e infinitamente amados por aquelas crianças que não cresceram até hoje.

P.S. Contribuições com memórias, toscas ou não, da sua infância oitentista são bem vindas nos comentários!

terça-feira, 9 de março de 2010

[You see all my light and you love my dark]

A pessoa para quem eu escrevo essas linhas sabe que essas linhas são para ela, pois sabe que eu gosto de escrever e sabe que eu gosto dela. Essa pessoa também sabe que eu gosto de escrever só de lapiseira no caderno, ela sabe que fico curiosa quando começam um assunto e não terminam, por isso é que começa algo e não termina só para jogar na minha cara que não me aguento de curiosidade.

A pessoa em questão sabe que assisto futebol muito mais para admirar belos jogadores e belos pares de coxas do que pelo esporte em si, ela sabe que quando o auxiliar levantar a bandeira eu vou perguntar imediatamente: e tava impedido? Porque isso, leitor, eu não sei.

Essa pessoa sabe que eu a uso como calculadora ambulante, sabe que se der na minha telha, eu faço mil perguntas sobre geografia e ela me responde tudo porque ela sabe sobre mais coisas do que somente sobre mim, mas também sabe que eu sei mais sobre rock n' roll do que ela.

Ela sabe que meu picolé preferido é o de limão, que eu poderia bater um carro por olhar para um filhotinho de cachorro na rua, principalmente se fosse um vira-lata desfavorecido e que se me perguntar que música quero ouvir a chance da resposta ser: -Beatles! é de 90%.

Sabe que comprar calça jeans para mim é um ritual que pode levar horas ou semanas, ou mesmo não se concretizar por não achar o modelo que me agrade. Ela sempre sabe que se tirar qualquer coisa de dentro da sua mochila que eu não consiga identificar o que é sem olhar eu vou perguntar: isso é de comer?

Ela sabe que eu gosto de tirar as compras do carrinho no supermercado e organizar na esteira, ela até nem insiste mais em fazer isso por mim. Sabe que nas minhas roupas, limpas ou sujas, ninguém deve tocar, mesmo que tenha as melhores intenções.

Sabe que não entendo as tramas muito complexas, seja em livros ou filmes e por isso sempre pergunta qual desenho eu quero ver (em tom irônico e debochado), se bem que eu entendo muita coisa sim, e embora a pessoa saiba disso, não admite pois também sabe que esse é um jeito muito fácil para me ver irritada e rir da minha cara.

Agora me diz como eu viveria sem essa enciclopédia de mim?


segunda-feira, 8 de março de 2010

[E cada segundo, cada momento, cada instante é quase eterno, passa devagar]

Eu ando propensa a falar do amor, pois ultimamente tenho pensado nele de forma mais romântica e vivido situações nas quais ele é o centro da questão e meus neurônios acabam sendo deixados, por hora, de lado. Andei lendo tanta coisa pra distrair antes que a faculdade comece a sugar todo meu tempo e me deparei com uma curiosidade a respeito da lenda grega do amor, de Eros, do Cupido.
O conceito original do amor, de acordo com a mitologia grega, era, não da forma do Cupido ou qualquer coisa que possuísse sua função, mas a de algo que tem o poder fortíssimo de coesão.
E se analisarmos bem friamente o assunto acabamos chegando à essa conclusão ou a algo parecido. Algo coeso é interligado, é harmônico, é associado, bem como um relacionamento entre duas criaturas ou como a maioria dos seres imagina que deva ser um relacionamento.
De acordo com a mitologia o amor é filho da pobreza e da riqueza, ou seja, de extremos, por isso podemos dizer, clichemente, que nem só de amor se vive, já que por sua natureza ele é completo e ao mesmo tempo necessitado. Exatamente como nos sentimos por mais que amemos algúem. Pode-se ser feliz por amar e ser amado e infeliz, ao mesmo tempo, por outras tantas razões. A busca incansável pelo amor é parelha com a busca pela felicidade.
Se amar é ser coeso, e ser feliz é mais fácil com alguém do que sozinho, a busca pela harmonia e completude que o sentimento amoroso proporciona não deve ser deixada de lado pela humanidade tanto que até os deuses gregos caprichosos e mimados reconheciam sua importância e causavam guerras para conquistar o amor de outros deuses e de alguns mortais também, mas eles que são gregos que se entendam.

sábado, 6 de março de 2010

[She loves you]

Tudo muda, as estações do ano, as temperaturas dos dias, as folhas das árvores...Ela, porém, pensava ser imutável a condição deles. Comprometimento e amor, amor real podemos assim dizer, com problemas como quaisquer seres viventes do planeta têm, apesar de tantos obstáculos havia também muito em comum, a ideia de viver uma aventura juntos, a maior delas talvez - sair de casa e formar um outro lar - como o Renato um dia disse, deixar a segurança de seus mundos por amor.
Então um dia o que parecia imutável, contrariando a regra natural, mudou. Propostas boas em lugar distante, típico caso de término de relacionamento por motivos geográficos e tal.
Ela pensou nas possibilidades promissoras que ele deixaria para trás e também do seu amor que ficaria no lugar de origem e ali minguaria como uma flor que esqueceram de regar. Argumentou muito, chorou litros, desidratou, se desiludiu com tudo e todos, mas ele continuava resistente, decidido de suas convicções, não implorou para que ele desistisse e ficasse, mas tentava expor motivos para que ele próprio tomasse a decisão, afinal era a vida dele que estava em jogo e ele tinha direito de dar o rumo que bem entendesse.
Ela sabia que gritar não funcionaria, não naquele momento, aquela hora necessitava de abertura da alma, de entendimento por meio das ideias e das palavras, soluçando ela tentou mostrar seu ponto de vista, sabendo dentro do coração que as palavras eram em vão, mesmo que ele chorasse, ela via nas lágrimas a dor de alguém que estava partindo para longe.
Tudo havia chegado ao fim, o ponto final doloroso e incompressível, os planos e os sonhos estavam em coma naquele momento, as chances de volta ao normal, de cura, pareciam muito distantes. Ela perguntava a Deus e a si própria por que aquela dor voltava a rasgar seu peito e por que motivos ela deveria chorar tudo de novo, sofrer outra perda.
Não houve brigas nem discussões, houve choro, abraços e olhares cheios de dúvidas em relação às decisões que poderiam mudar o rumo de toda uma vida que já tinham passado juntos. Ela sempre foi prática e racional, mas naquela hora se tornou a emotiva e deixou seu coração falar, pensou unicamente com o sentimento quando pediu: - fica!

[Sinceramente ainda acredito em um destino forte e implacável
Em tudo que nós temos pra viver, é muito mais do que sonhamos

Será que é difícil entender por que eu ainda insisto em nós?
Vem andar comigo]

quinta-feira, 4 de março de 2010

[Vou sair pra ver o céu, vou me perder entre as estrelas]

Sei que deveria estar caçando trabalho como dizem, mas realmente na falta do que fazer no expediente eu resolvi ficar lendo, sim, lendo como se ninguém estivesse olhando, li tanta coisa, revistas, jornais e mais de uma vez me deparei com o assunto sobre jovens e a ideia de sucesso na visão deles.
Eu falo em terceira pessoa, mas me incluo na fatia dos jovens que almejam e sonham sobre ser bem sucedido, resta ter noção do que é ter sucesso pra cada pessoa. Nas matérias lidas por mim os jovens afirmam que sucesso profissional nao é completo se sua vida pessoal não estiver bem resolvida e nesse ponto concordei com a opinião dos artigos.
Me considero bem sucedida na vida profissional mas não descarto continuar me aperfeiçoando, a vida pessoal casa bem com o profissional, sucesso para mim também é ter tempo pra se dedicar a si próprio, a ter lazer, a passar momentos ao lado das pessoas de que gosto, poder fazer isso e ainda chegar no fim do mês e ver o salário depositado na conta do banco dando conta de alguns gastos, pelo menos, me deixa tranquila e feliz. Acho que é isso, o sucesso na vida é ser feliz, é juntar todos os caquinhos de felicidade dos diversos campos da vida e construir um quebra-cabeça que no fim das contas podemos dizer: não troco isso por nada!
Ter condição financeira estável é importante, não sejamos hipócritas a ponto de dizer que dinheiro não conta, porque conta demais, a questão é quanto você está a fim de juntar nessa vida ou torrar no que quer que seja.
Saúde para mim conta horrores, (de que adianta ter grana e não ter condição física de gastar), saúdes mental e espiritual inclusive.
A família e os amigos por perto (mesmo que longe) também garantem altas doses de felicidade e alegria que contribuem para o balanço geral do que é ter sucesso nessa vida.
Enfim sucesso é algo complexo e relativo, na minha opinião é o equilíbrio entre tudo que nos faz bem e não importa se somos jovens ou não, nunca é tarde para buscá-lo.

[Ele ganhou dinheiro
Ele assinou contratos
E comprou um terno
Trocou o carro
E desaprendeu
A caminhar no céu
E foi o princípio do fim]

Busca Vida - Os Paralamas do Sucesso