segunda-feira, 26 de julho de 2010

[Sleep pretty darling, do not cry and I will sing a lullaby]

Os sonhos - ah, esses danados - me movem de formas incontroláveis e às vezes, paranoicas. Sonho com tanto e com tão pouco, sonho em ter todas as coisas do mundo e sonho em ser feliz sem quase nenhuma delas. Sonho com outra cidade, uma cidade ensolarada e com uma praia linda e pequeninha onde eu possa molhar os pés sempre que me der vontade. Sonho com uma vida sem correria, mas isso aí já não se enquadra em sonho, está mais para utopia.
Sonho com tanta coisa maluca, agora falo sobre os sonhos inconscientes, aqueles que sonhamos dormindo. Sonho muito com as coisas que me preocupam durante o dia e que meu querido cérebro não me dá folga nem na hora de descansar. Sonho com meu cachorro fazendo as mais loucas estripulias enquanto eu durmo, esses sonhos são mais lembranças do que sonhos, pois ele é capaz de realizar todas elas em frente aos meu olhos acordados.
Sonho dentro do ônibus na ida pra aula e  pro trabalho e na volta pra casa, mas esses sonhos chamo de devaneios, os mesmo quase sempre, me vejo dentro de um carro sem ter que gastar minutos em vão em paradas de ônibus péssimamente conservadas da minha capital. Em geral, nesses devaneios sempre há espaço para me ver degustando algum prato que obviamente não encontrarei quando finalmente chegar em casa. Minha mente me tortura tanto, me dá tantas ideias e tantas decepções ao mesmo tempo.
Ah, esses sonhos, eu disse que eles eram danados!






sexta-feira, 9 de julho de 2010

[Roupa lavada no varal cega minha visão]

O semestre está terminando e com ele termina, por pouco tempo, a rotina de provas, trabalhos, seminários e todas as monótonas atividades didáticas que os professores teimam que são muito interessantes e blá blá blá. Posso dizer que por alguns dias poderei por em dia as leituras por prazer e não por pura obrigação, também dá pra ver uns filminhos e também dar uma dormida, porque é o que eu gosto de fazer sempre que tenho horas ociosas.
Mas o que me aguarda anciosamente ou o que eu aguardo anciosamente para por em dia é algo incompreensível para a maioria dos humanos normais ou comuns, não vejo a hora de poder lavar as roupas com toda a calma e dedicação que elas merecem, sem ter que deixá-las lavando solitárias pelas madrugadas e tendo que ser estendidas e recolhidas às pressas, assim como se fossem simples panos sem importância.
Vício, mania, compulsão? Alguns ousariam chamar até de loucura o meu gosto pela lavagem de roupas, caro leitor! Mas eu não devo nada a ninguém, nem estou prejudicando os outros com minha diversão. O que tem de mais em não ver a hora de chegar em casa para finalmente carregar a máquina com roupas sujas e acompanhar a evolução do processo? Hein? Nada, é uma questão de gosto, normalíssima. Estar entre amaciantes e sabões em pó nas prateleiras do supermercado para mim é tão bom quanto comprar sapatos, livros e roupas, aliás as roupas são as matérias primas desse meu pequeno prazer, por isso adoro comprá-las.
Eu me sinto super bem vendo minhas roupas estendidas a secar tendo o sol como testemunha. É muito bonito. Meu único problema em relação a isso, e aí sim, poderíamos dizer que teria algo errado, é que sempre que fico muito tempo longe de casa, viajando ou se passo o fim de semana fora, me pego pensando que poderia estar em casa lavando minhas queridas roupas, isso pode ser que não seja normal, mas ainda não vi motivos suficientes para procurar ajuda psicológica.
Sei que essa é minha sina, lavar roupas, mas é também minha alegria, uma alegria simples, sem grandes comprometimentos monetários, é o que me acalma, o que me traz paz, olhar a roupa girando, girando naquele ciclo maravilhoso que renova e limpa tudo que está sujo é praticamente um exercício de transcendentalização que eu recomendo e muita gente realiza a transcendentalização lavando o carro e nem por isso é chamada de doida, ou seja, é tudo tão normal que eu nem sei porque fazem aquela cara quando eu digo que amo lavar roupa, gente estranha, né?