terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bem coisa de mulherzinha...

A tarde chuvosa de Porto só se alegrou um pouco quando fui praticar um dos meus esportes favoritos nessa feira de vaidades que é a vida humana, ou seja, fui fazer compras, comprar sapatos, mais especificamente Melissas, como melisseira eu sou, eu melisso!
Lá fui eu em direção à loja certa para se achar esses lindos sapatos na cidade, peguei chuva, óbvio, andei pelas ruas, passei calor, mas tudo bem, sair dos caminhos de sempre também é bom, me perdi e fui obrigada a ligar para o meu GPS humano e enfim cheguei na loja!
Olhei os pares, peguei na mão, cheirei, experimentei vários e, para variar, do par que eu realmente queria não tinha mais a numeração dos meus diminutos pés, sindrome de Cinderela devido aos pés minúsculos que eu tenho, é bem frustrante isso. Me esforço para ter tríceps cada vez maiores, mas nada, nunca vai me fazer ter os pés no tamanho mais aceitável para não precisar ser a primeira da fila a comprar quando recém chegar o carregamento de sapatos.
Passado o momento de decepção e decidida a não sair de lá com as mãos abanando, dediquei todo alcance da minha vista a garimpar o par perfeito. E achei, obviamente, um minúsculo par que estava esquecido em algum canto por estar reservado a outra cliente de pés pequenos, mas que por alguma conjuntura astral não foi buscá-lo. Azar dela, sorte minha. Se sou fútil, acho que um pouquinho, todo mundo deve ser fútil alguns dias no mês, mas sem exageros. Sapato, roupa, maquiagem etc fazem bem pro ego feminino e para os olhos dos rapazes. A questão é quanto do seu salário está disposta a gastar com isso.
No mais, comprar é terapia, nem que seja manteiga de cacau na farmácia, qualquer coisa vale, afinal não sou Cinderela, meu príncipe não é lá essas coisas de encantado, meu sapatinho não é de cristal e minha magia não acaba meia-noite, a essa hora ela está só começando.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

[Quem não conhece o sabor do sabão...

jamais deu banho em um cão]

Então, a semana começou com um feriadinho interessante, só não é muito interessante dar banho no cachorro estando mega péssima de alergia, nariz escorrendo, pelo de cachorro, espuma respingando na cara, cão que se sacode (daquele jeito) dando um desagradável banho nos seres humanos em volta, depois na hora de secar ele tenta comer e mastigar a toalha, enfim, pura emoção.
Mas emoção mesmo é ser dona do vira-lata mais mal educado e velho gagá do mundo, odeia banho, rasga e destroi qualquer coisa de pano ou de plástico que estiver ao seu alcance, isso sem contar a obediência aos donos que é zero, sempre foi assim desde que ele era um filhote fofinho cor de vaca e que deixava calmamente que eu desse banho nele na pia do banheiro... Bons tempos.
Foi em um longínquo mês de setembro que ele chegou aqui em casa, há uns 15 anos, ou seja, nesse mês ele faz mais um aniversário como membro da família. Ele cresceu, eu cresci e continuamos aprendendo as coisas juntos, aprendi que cachorro velho aprende novos truques sim, truques para deixar a gente cada vez mais surpreso com as artes que ele ainda consegue fazer.
Assim como o famoso labrador que infernizou e alegrou uma família chamado Marley, o meu vira-lata também recebeu nome de músico e é com muita alegria que eu comunico que Elvis não morreu, ao contrário, continua bem vivo tocando o terror no quintal aqui de casa.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

[Cómo quisiera poder vivir sin ti]

Droga de vida, de dúvidas, de medos, de indecisões...Droga de amor! O amor deixa a gente fraco, burro, cego, inutilizado para pensamentos lógicos e racionais. O coração é o meu maior inimigo, queria fazer tanta coisa, mas ele não deixa, não deixa que eu deixe tudo para trás.
Se tu soubesses da guerra que travo dentro de mim. Se fosse fácil deixar tudo de lado, sentimentos, vontades, medos e transcender a outra coisa, sem tantas preocupações, ser um fantasma solitário pelo caminho dos que têm vida e conseguem organizá-la.
Mas tu existes, a razão dos meus impasses, das minhas lágrimas de tristeza, de medo, de raiva e de alegria. Maldita covardia provocada pelo amor, rico amor, que pede tudo o que temos e não nos dá nada em troca. Nos rouba os nossos melhores momentos e a recompensa é efêmera e inútil.
Se pelo menos eu conseguisse apagar aqueles momentos da memória, aqueles poucos momentos que o falso amigo chamado amor nos proporcionou, se eu pudesse esquecer que houve tempos bons e pensar só de forma prática e objetiva, se eu pudesse enxergar somente com meus olhos e nada mais. Se eu tivesse certeza que olharia para trás sem dor, tudo isso que se passa na minha mente agora estaria tão mais claro, mas existe o amor para nublar tudo, quem me mandou dar uma chance para ele? Sei que minha alma não é pequena, mas será que tudo isso vale a pena? Já não tenho mais certezas, o futuro agora são só imagens desfocadas e o próximo capítulo, só esperando para ver.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

[Ela sabe espantar o tédio, cortar cabelo e nadar no mar]

Fome, sono e antissociabilidade. Todas essas coisas têm algo em comum. Escrevo isso, pois notei que quando estou com muito sono ou muita fome fico com ainda menos paciência com as pessoas do que o habitual. E eu, geralmente, não tenho paciência nenhuma mesmo com a barriga cheia ou tendo tido uma bela noite de sono.
E sobre essa falta de vontade de sociabilizar que ninguém entende. Se eu entro no ônibus e me deparo com um colega posso dar oi, ser educada, sorrir até, mas isso não quer dizer que eu queira que a pessoa se sente ao meu lado e me obrigue a dividir meu tempo e as minhas ideias com ela (com restritas exceções).
Quando estou sozinha, lendo ou ouvindo música, não é por nada, não é porque não tenho companhias, é porque não tenhas AS companhias que me agradam ou porque estou a fim de ficar só comigo mesma, pensando na vida, estudando, fazendo qualquer coisas imaginária sem que alguém que não se enquadre no meu momento venha me perturbar e me obrigar a conviver.
E nessa história de surgir gente do nada para nos alugar os assuntos são os mais variados possíveis, acabamos ouvindo cada bizarrice, pseudointelectualidade, filosofia de boteco e conselhos (por que quem não conhece a gente adora dar conselhos?) que chega a dar um arrependimento de se ter parado justamente ali naquele lugar.
Se escrevo isso é porque realmente vem aumentando essas situações nos últimos meses, e acho que não sou só eu que sofro do mal da anticonvivência humana, creio que existam outros com as mesmas opiniões que eu, que prezam seu tempo ocioso solitário, não significa antipatia ou falta de educação, o nome disso é personalidade. Sou muito simpática inclusive, tenho minhas boas qualidades, mas meu espaço e meu tempo não tem dinheiro que pague.
Quer ser meu amigo, beleza, mas me conquiste antes, eu não vou me fazer de difícil, só não ocupe meu território assim como alguém se apossa de algo que é público, agora se por acaso me encontrar rodeada de pessoas dando risadas ou conversando horrores, saiba que fui conquistada por elas, que eu não abro mão da companhia delas, porque quando eu sociabilizo, pode crer, é porque vale muito a pena.