quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu quero ver gol!

Bom, eu me vacinei, meio pressionada pelo pavor e também porque eu não precisei entrar em um posto do SUS e esperar pela vacina contra uma doença enquanto adquiria várias outras doenças piores no ambiente viral pouco asséptico característico do lugar onde o povo espera nos postos.
Então, achei que tinha feito uma grande coisa pela vida, mas desde ontem quando a gripe bateu na minha porta parecendo que veio pra ficar, já penso que vacina contra a gripe é mais um motivo de levar uma picada no braço, eu não tomo mais.
O lado bom da gripe? Até tem, sei lá, tirando o frio que se sente quando nem está tão frio assim, uma sensação febril que dá arrepios, o nariz congestionado e em carne viva e a tosse de cachorro esgualepado, pensar que se pode ver os jogos da copa porque não se tem a mínima condição de sair de casa e desfrutar de toda a umidade oferecida pela cidade de Porto Alegre é realmente um ponto positivo.
Também penso de maneira altruísta não querendo disseminar meu vírus pela cidade, pela universidade, pelo ônibus etc. Inclusive seria muito mais inteligente fazer as criaturas doentes ficarem em casa do que vacinar a torto e a direito, porque o povo gripa do mesmo jeito. Ai sei lá, pode ser delírio de gente gripada, mas não é assim tão estúpido o que eu digo.
Mas ficando em casa com a sensação de ter sido atropelada por um trator, além de me deixar atrasada nas discplinas no fim do semestre e comprometer minha assiduidade ao trabalho, também me rende altas doses de fazer nada e ainda por cima me cansar, efeito da peste que se abateu aqui.
Chego a cansar só de ver aqueles rapazes correndo, correndo e nada de sair gol, parece que a copa do mundo é que está gripada, travada. Também não lembro de ter visto copas com arquibancadas com gente tão cheia de roupas e casacos, copa no inverno ninguém merece!
Enquanto eu espero os gols, a gripe vai passando ou enquanto eu espero a gripe passar, os gols vão sendo perdidos e mais um dia se passa e como minhas articulações dos ombros doem como nunca, vou parando por aqui, até porque esse post não tem a mínima razão de ser. Acho que é a febre!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aff...

Confesso que cansei de toda essa falação, de toda essa gente que reclama do frio e de tudo que me cansa os olhos e os ouvidos.
Cansei de ler e reler, de tentar escrever, de tentar falar menos e de acordar antes do sol.
Cansei de comer qualquer comida, de contar os reais gastos, de fazer as contas todo santo mês, de gastar com culpa.
Cansei de certas caras e de certas vozes, de certos ois e de certas companhias impostas pelo espaço comum.
Cansei de um mundo de chatices que só o inverno sabe me trazer, de ver que por mais que eu tente não me irritar sempre vai ter alguém no mundo que desperta minha raiva, mesmo que esse alguém nem saiba disso.
Cansei de esperar, de prometer, de remediar, de ter falsas esperanças.
Cansei da rebeldia sem causa de uma juventude universitária livre para fazer tudo que bem entender e que brinca de fingir que vive em uma ditadura.
Cansei, cansei, cansei de tudo, mas confesso que ainda tenho muita energia.
Energia para reagir, para gritar, para calar e para sorrir.
Para ser cínica, do cinismo dos que escolhem não ser sinceros com gentes que não merecem a sinceridade.
Para ser normal e estressada nessa cidade monótona.
E para ser feliz.