terça-feira, 17 de novembro de 2009

Art-nouveau da natureza

Estava ouvindo rádio uma hora dessas e tocou "Sina" do Djavan, sem me dar muita conta comecei a viajar na letra (Pai e mãe/ ouro de mina/ coração, desejo e sina/tudo mais, pura rotina, jazz) e tentar achar algum senso nela. Nem preciso dizer que o trabalho foi inútil.
Lembrei de uma comunidade do Orkut chamada "Caetano, o que é vaca profana?" que tem o intuito de analisar esse tipo de letra que sabe se lá sob efeito de qual droga foi escrita ou se foi só a pura imaginação delirante fértil do autor que nos brindou com versos raros e de entendimento mais raro ainda. Vamos combinar que a frase: 'açaí, guardiã zum de besouro um imã', é bizarra.
Acho bacana e tal essa coisa de metalinguagem e poesia nas músicas mas quando não consigo ver nenhum sentido e as frases ficam soltas me sinto um pouco imbecil e o pior é que consideram esses autores de MPB gênios o que me imbeciliza ainda mais.
Sem críticas até porque aprecio MPB, Caetano, Gil, vacas profanas etc...Ainda que prefira ouvir letras que me digam mais claramente alguma mensagem. Se bem que decifrar o conteúdo das composições pode ser até um passatempo interessante, tipo um jogo de quebra-cabeça.
Vai saber, gosto é gosto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Da arte de tentar escrever algo que preste...

Sem muita inspiração para escrever mas sempre com muita vontade, o que fazer? Acabo sentando aqui, ouço uma música, assisto ao sol se pôr pela janela até que algo surja. Nem sempre surte efeito.
Isso aqui já está se tornando um diário, uma extensão da minha consciência obviamente que com muitos cortes, tipo uma consciência editada, saca?
Seria exposição demais se não censurasse tudo o que me vem à mente, não só da minha pessoa como de muitas outras. Também se não cortasse certos pensamentos esse blog viraria uma ouvidoria com reclamações de todos os tipos, tenho queixas sem fim, é o mal de ser consumidora entre outras atividades.
É melhor pensar em coisas legais e publicáveis, assim há menos reclamações. Fora que já existe tanta tristeza no mundo real, melhor pensar em coisas agradáveis. Ao menos interiormente vou tentar fingir que tudo está dando certo!
Bom, meus pensamentos estão em conflito, sinto sono também. A inspiração não veio como deveria para escrever algo útil, agora não adianta mais ficar aqui devaneando, quem sabe uma outra hora.

domingo, 15 de novembro de 2009

[Why would I want to see you now?...

To fix it up, make it up somehow
Baby I'll try again, try again
Baby I die every night, every time

God I wish you could see me now

You'd pick me up and you'd sort me out]




Lembrar dói e ao mesmo tempo fortalece.
Pensar como seria a vida se tudo tivesse saído como planejado é como sonhar um sonho inatingível, aquele tipo de sonho em que somos capazes de voar.
Alivio é quando penso que apesar de todas as lágrimas, de alguma forma, a vida se renovou.
Hoje faz 10 anos que o simples aconteceu e mudou minha vida totalmente.
Aquele beijo roubado foi a senha para viver uma grande aventura feliz e complicada, sofrida e dedicada.
A saudade eterna mostra que tudo o que aconteceu valeu a pena.
Lembrar dói sim e a dor faz crescer e olhar para o passado com olhos experientes e esperançosos de dias melhores.

Parabéns para nós, para sempre!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vamos fugir?

Chega uma hora na vida em que tudo cansa. A rotina, as mesmas coisas para fazer, as dívidas já feitas e que devem ser pagas, as compras do mês, a falta de paciência para as filas. Os olhares me cansam, todos eles, misteriosos ou explícitos, mal, bem ou mais ou menos mal intencionados. A cidade me cansa.
Deveria ser permitido por alguma espécie de lei que uma pessoa pudesse sair do ar por um tempo, quando fosse necessário dar reset, recarregar a bateria, desopilar das chatices do cotidiano. Poder passar o dia fazendo bolha de sabão, conversando com alguém que nos entenda mas que não cobre ao final da consulta. Lendo os livros mais legais ou ouvindo o barulho do vento nas folhas das árvores.
Quando paro e penso no futuro várias imagens vêm à mente. Vejo uma estrada, o que pode simbolizar tanto uma fuga, quanto um caminho seguro a seguir. Vejo lugares calmos sem preocupações, também vejo grandes dores de cabeça, um mar que não termina, uma arma engatilhada.
Todas essas visões são escolhas, são saídas, são fugas, caminhos que escolhemos traçar ou não. Os limites entre sim e não, a dúvida entre dar o primeiro passo, correr o risco e viver o momento ou ficar estático sempre pensando em como teria sido a aventura.
Essa dualidade da vida cansa. Devemos fazer o certo, o que parece certo ou o que desejamos de fato fazer? Devemos comprar o sapato lindo da vitrine que detona o pé e pouco vai ser usado porque a simples compra satisfaz aquele momento ou guardar a grana para alguma necessidade de última hora?
Não sei, penso que devemos viver as situações, mesmo que não encontremos sentido imediato para nossas escolhas. Devemos nos dar uma chance de descansar da razão e viver por alguns momentos a irrealidade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Intertextos, música e poesia da vida

Renato Russo gostaria de ser como eu quando disse que "queria ser como os outros e rir das desgraças da vida ou fingir estar sempre bem". Eu consigo fazer piada do que me acontece de ruim mesmo que o acontecimento ainda me atinja, também atuo muito, carrego sempre um sorriso no rosto ao interagir com as pessoas ao meu redor, independentemente de como esteja meu estado de espírito no dia.
Só quem sofre de verdade entende como essas duas capacidades são vitais para seguir a vida. A gente perde, sofre e cresce, mais até do que gostaria de crescer. Quando os Titãs se perguntam "quando é cedo ou tarde demais pra dizer adeus?" eu penso que não deixei nada a ser dito para quem perdi, tudo foi esclarecido, não há ressentimentos. Aconselho (se é que conselhos são bons) a não deixarmos de dizer o que sentimos pelas pessoas ao nosso redor, nunca se sabe quando será a última oportunidade para fazer isso.
Tudo isso soa trágico e é. Por essa razão, ver a vida pelo lado bom, sempre que possível, seja fazendo piada ou música, é fundamental. A vida cotidiana com seus lados bom e ruim é uma intertextualidade com a dor dos poetas, com as músicas que falam por nossos pensamentos.
Ame mesmo, diga na cara tudo de bom que por vezes você pensa e acaba não falando para aquelas pessoas especiais. Não espere perder para valorizar. As recordações e a saudade significam que tudo que foi vivido valeu a pena. Não espere para falar o que pensa apenas nos sonhos bons que trazem os mortos de volta à vida quando felizmente nossas mentes nos brindam com essa dádiva.

Lembrar é ótimo, ter lembranças que valem mais do que qualquer tesouro é muito melhor. Viva o presente a fim de transformar o hoje em recordações que façam você ganhar o dia em um futuro distante.