segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vamos fugir?

Chega uma hora na vida em que tudo cansa. A rotina, as mesmas coisas para fazer, as dívidas já feitas e que devem ser pagas, as compras do mês, a falta de paciência para as filas. Os olhares me cansam, todos eles, misteriosos ou explícitos, mal, bem ou mais ou menos mal intencionados. A cidade me cansa.
Deveria ser permitido por alguma espécie de lei que uma pessoa pudesse sair do ar por um tempo, quando fosse necessário dar reset, recarregar a bateria, desopilar das chatices do cotidiano. Poder passar o dia fazendo bolha de sabão, conversando com alguém que nos entenda mas que não cobre ao final da consulta. Lendo os livros mais legais ou ouvindo o barulho do vento nas folhas das árvores.
Quando paro e penso no futuro várias imagens vêm à mente. Vejo uma estrada, o que pode simbolizar tanto uma fuga, quanto um caminho seguro a seguir. Vejo lugares calmos sem preocupações, também vejo grandes dores de cabeça, um mar que não termina, uma arma engatilhada.
Todas essas visões são escolhas, são saídas, são fugas, caminhos que escolhemos traçar ou não. Os limites entre sim e não, a dúvida entre dar o primeiro passo, correr o risco e viver o momento ou ficar estático sempre pensando em como teria sido a aventura.
Essa dualidade da vida cansa. Devemos fazer o certo, o que parece certo ou o que desejamos de fato fazer? Devemos comprar o sapato lindo da vitrine que detona o pé e pouco vai ser usado porque a simples compra satisfaz aquele momento ou guardar a grana para alguma necessidade de última hora?
Não sei, penso que devemos viver as situações, mesmo que não encontremos sentido imediato para nossas escolhas. Devemos nos dar uma chance de descansar da razão e viver por alguns momentos a irrealidade.

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