quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um dia...

Um dia eu vou fechar a porta de casa e ouvir somente o que e quem eu quiser ouvir, se quiser.
Um dia eu vou tirar as férias inesquecíveis com a maior distância de Porto Alegre que nunca estive.
Um dia vou receber meu diploma e me tornarei tradutora, uma profissão não reconhecida nesse mundo.
Um dia vou ter um carro a álcool e vou dar o grito de independência de uma vida inteira de transporte coletivo.
Um dia, não sei quando, eu vou lembrar de hoje e pensar que sonhava sonhos possíveis. 
=)

domingo, 25 de abril de 2010

[Someday I'll be Saturday night]

A chuva cai lá fora, aqui dentro ouço o barulho da água acumulada nas telhas que vão pingando e penso que o tédio do domingo seria facilmente resolvido se as segundas feiras fossem abolidas como dias úteis, pois se teria a sensação de que o findi ainda não estaria terminado e que ainda restaria mais umas horas para se colocar em dia alguns assuntos.
Essa coisa de programar o despertador do celular tem a maior cara de que a semana chata está para começar, que os ônibus nos esperam nas avenidas da cidade, que os bares e restaurantes onde almoçamos estarão cheios de calor humano e lerdeza quando precisamos de agilidade para não nos atrasar, ou seja, aquela maravilha toda da correria habitual dos humanos do mundo capitalista.
Ah, se eu pudesse só passar a noite ouvindo os pinguinhos da chuva com a cabeça encostada no meu travesseiro!
Mas esse é o jogo, a vida não é um ensaio, ela é exatamente o tempo que decorre entre os dias menos importantes da nossa existência: o de nosso nascimento e de nossa morte, menos importantes, pois sobre eles não temos controle algum então nem vamos perder nosso já restrito tempo com eles. 
Sobre os dias que podemos escolher nossas ações é que temos que pensar mais,e reclamar menos, e criar nossas alternativas para maior agilidade e organização, e para ver o sol  ou admirar a chuva, podemos nos rebelar de vez em quando, mas nunca pensar que nada disso vale a pena.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Feliz dia do Livro!

Hoje é o dia do livro, mas não vou me ater a discussões sobre a importância da leitura e da literatura na vida das pessoas, pois isso seria um argumento muito tedioso para um dia cinza como hoje.Quero falar sobre o quanto amo os livros, sobre o quanto gosto do cheiro deles, sobre tudo de bom que me vem à mente quando penso neles.
Fui acostumada desde pequena a adorar esses objetos de papel. Lembro do meu pai chegando do trabalho e em suas mãos estava o instrumento que me faria despertencer a um mundo vazio, meu pai foi quem me deu asas para voar. Dele recebi, além de 50% do meu genoma, o gosto e o amor pelos livros. Ainda antes de ser alfabetizada, lembro de receber de suas mãos os livros de contos de fada dos quais tomava conhecimento pela voz da minha mãe. Será que nessa época eles imaginavam o quanto esse hábito da leitura mudaria, ou melhor, daria uma razão à minha vida?
Me considero uma pessoa letrada, amante das letras, mas sem preconceitos contra novela, futebol e tipos de literaturas consideradas menos valiosas, o que sei é que gosto de ler tudo que me atrai, que me diz coisas boas, que me ensina sobre outros mundos, outras épocas, outras ideologias, gosto de me perder entre personagens e situações e depois voltar, lentamente, ao mundo real.

domingo, 18 de abril de 2010

[Some girls won't dance to the beat of the track]

Quando a vontade de chorar invadir sua alma, mesmo sem motivos aparentes, deixe a lágrima rolar, não pense muito, não traia seus sentimentos, chore bastante até lavar a alma e depois, como se nada tivesse acontecido, retome a vida do ponto onde foi interrompido.
Quando pintar aquele outro olhar que bate no seu e fecha todas, não desvie seus olhos, sustente a mira e deixe que o brilho do seu olhar fale por si só. Depois a gente vê no que dá.
O mesmo vale para todas as tentativas de ser feliz e de encontrar gente boa nesse mundo, não se prive das boas companhias nem dos ótimos diálogos, sérios ou engraçados, ou ambos. Fui aprendendo isso nessas últimas semanas, me dei a liberdade de interagir com pessoas novas e sabe de uma coisa? Tô amando. Não sei até quando minha sociabilidade positiva irá durar, mas isso, no momento, não importa.
O que me importa agora é rir, estudar, trabalhar, amar, falar muito mais do que estava habituada, andar pela cidade nas tardes menos quentes sempre que possível, essas coisas que são simples e ninguém ,geralmente, dá muita importância. Vou ser feliz e já volto!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

[Hoje não dá, não sei mais o que dizer e nem o que pensar]

Em casa à noite ela pensava em como seria se os dias amanhecessem sempre cinzas, sempre com aquela cor pálida, será que seria mais melancólico e por isso, talvez, mais alegre? Porque ela gosta dos dias cinzentos.

No ônibus ela pensava sobre o motivo das pessoas que se sentam no lado direito do banco, ou seja, no corredor, sempre dormirem e quem fica preso, sentado no lado da janela ter que fingir que tosse ou que mexe na bolsa para, indiretamente, cutucar a criatura adormecida e assim conseguir descer na sua parada.

No caminho entre o prédio da letras e o da química, em busca do café da manhã de todas as manhãs (Chaves, oi?), ela pensava por que se toma tanto café na faculdade e que desse jeito não há creme dental branqueador que faça milagres.

Na sua sala do trabalho ela pensava em como os joelhos doem quando se passa tanto tempo sentado e ao mesmo tempo em como eles doem do mesmo jeito quando se caminha muito.

Na frente do note, escrevendo, ela pensa que só pessoas desocupadas pensariam tantas coisas inúteis como essas embora só pessoas com muito o que fazer e sem vontade de ler tratados de linguística sobre semântica é que compartilhariam semelhante nulidade em um blog fazendo as pessoas leitoras gastarem seu tempo em vão.

De nada. =P

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ôh, Sartre!

Discordo categoricamente com muitas das coisas que ele pensa, o cara diz que só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência e que a convivência é inevitável embora eu não ache tão inevitável assim, mas que o inferno são os outros, com isso eu concordo, apesar de não achar o outro fundamental para minha trajetória, esse cara viaja muito, fundamental, no meu ponto de vista,  é se livrar do outro quando esse é indesejável a fim de evitar que a paciência termine. 
Hoje me considero cheia de certas atitudes, de certas pessoas, de certos comentários, de certos "vou fingir que não ouvi", esses vindos de mim mesma.
Cansei de ouvir frases repetitivas e julgadoras de pessoas inconvenientes que não sabem a diferença entre querer falar alguma coisa e será que querem ouvir o que eu tenho a dizer. 
Os outros, nesse caso, o outro, são constantes ideias imbecis que devemos aguentar ao longo de um período de tempo na faculdade na vida e que vão, lentamente, nos deixando com vontade de cometer homicídio ou a humilhação pública da criatura em questão, e na minha opinião, tanto a primeira quanto a segunda opção são negativas e condenáveis.
Qual o problema das pessoas em ficarem quietas? Em pensarem para si mesmas, pois essa é a função do pensamento, para se exteriorizar a ideia é  que é preciso verbalizar, justamente, essa é a hora exata de calar a boca e refletir se o que têm a dizer tem alguma relevância na vida alheia.
Sei que quem deveria ler isso aqui sequer se interessa em ler blogs, e mesmo que lesse, dificilmente mudaria sua postura (bom senso, oi?), mas enfim, é apenas um desabafo, e tenho certeza que muitos se identificam com a situação que eu venho vivendo há um tempo.
Deixo aqui meu humilde pedido: por favor, pessoas, não deixem que palavras inúteis perturbem os seus ouvidos, não sejam tão tolerantes a ponto de perder preciosos minutos dos seus dias ouvindo idiotices e falatória dispensáveis às suas vidas, não é necesário ser deselegante, isso eu garanto, a indiferença diz mais do que uma boa (e/ou merecida) bofetada. Fica a dica!


sexta-feira, 9 de abril de 2010

[Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou]


O verão já era e o outono pintou, essa mudança de estação me fez ver claramente que o tempo está passando, na verdade, o tempo passa. A função dele é passar e nessa loucura toda que é a rotina não nos damos conta de que não é o tempo, mas a vida que passa, relativamente, rápida ou lenta.
Dia desses estava na cama pensando em como as memórias da infância continuam vivas na minha mente e em o quanto vejo as pessoas à minha volta envelhecerem. As crianças conhecidas cresceram, algumas casas já estampam as faixas de aprovação no vestibular e parece que foi ontem que vimos aquelas criancinhas darem seus primeiros passeios na calçada.
A vida é aquilo que acontece enquanto estamos planejando o futuro, essa frase, dizem, é do John Lennon, ele mesmo admitiu que a rotina dos Beatles restringiu muito a vida de todos eles, enquanto o resto do mundo achava que eles eram as pessoas mais sortudas do universo, então quando ele resolveu viver o que o faria feliz foi obrigado a sair da banda. Foi mal interpretado e incompreendido, mas foi feliz até o dia dos disparos, porque ele amava e era amado, isso o fez feliz.
Eu tenho meu planos para um futuro breve e devo fazer escolhas, abrir mão de certas coisas, me divertir menos do que gostaria porque não posso torrar meu dinheiro todo sem pensar no tal do futuro e nem ficar só dormindo ao invés de ir pra faculdade. Tenho absoluta certeza de que valerá a pena, mas não é por isso que vou virar uma maníaca guardadora de dinheiro e dizer não para todas as chances de ser feliz e de dar boas risadas por enquanto.
Sei que quando pensamos muito no dia de amanhã é por uma razão bem pontual: criamos juízo! A adolescência acabou de vez, os planos são mais complexos do que o que fazer no fíndi ou que roupa usar naquela festa, tudo fica mais pesado e as cobranças só aumentam, mas ninguém disse que seria fácil.
Resta cuidar para que não nos tornemos vigias do futuro hipotético. Perder a noção de que a vida é o agora é algo muito arriscado, os planos são importantes, mas o vital é respirar cada segundo do tempo presente. Penso que usando o tempo para fazer coisas úteis e interessantes ajuda muito, tipos, ao invés de aguentar gente chata falando no ouvido é melhor sentar sozinho e ler um livro, ou escutar uma música, justamente aquelas músicas que não temos tempo de ouvir em casa como fazíamos na época do colégio. 
A qualidade do nosso tempo é o que vai fazer o efeito da passagem dele nas nossas vidas ser sentido como se ele passasse voando ou durasse o infinito.