sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

[Um Girassol da Cor do Seu Cabelo]

Onde se encontra a força da mulher? Diríamos que em seu útero que gera a vida e carrega um ser dentro (ou mais de um) por meses a fio, ou no seu charme e em seu poder de sedução, na sua garra e condição de resistir à dor por mais tempo que o homem? Não sei qual a opinião dos homens a esse respeito mas a minha opinião é que nossa força reside nos nossos cabelos. 
Sim, nos cabelos! Curtos, longos, lisos, alisados a força, crespos, ondulados etc. A prova disso é o quão frágil fica uma mulher que, por motivos de saúde, precisa se privar de seu cabelo, do símbolo de sua feminilidade.
Desde menininhas, o cabelo é o que nos torna quase mulheres, olhamos nossas mães cuidando de suas madeixas e com paixão nos entregamos às suas mãos para fazerem as maria-chiquinhas que quase arrancam o couro cabeludo fora, de tão repuxadas, esse é o preço da nossa marca.
As Barbies são vítimas de nossa voracidade de criação capilar e muitas delas acabaram privadas de suas cabeleiras por causa do impulso infantil feminino de fazer um corte novo, e no momento em que modificávamos o cabelo da boneca, o sentimento de catarse nos envolvia e aflorava a ideia de que éramos capazes de ter controle sobre nossas cabeças e pobre da Barbie que ficava careca desprovida de seus longos cabelos.
Sempre morri de medo que algo acontecesse ao meu cabelo. No auge da rebeldia adolescente usei descolorantes desenfreadamente até que o impensável ocorreu: as mechas se partiram, fiquei com elas nas mãos num misto de choque e arrependimento, eu, de alguma forma, havia cometido uma espécie de suicídio naquela hora. Depois disso nunca mais ousei criar sobre a minha cabeça, não por contra própria.
Cedo, muito cedo, descobri os indesejáveis cabelos brancos e parti para o contra-ataque, armada de pinça arrancava todos que encontrava pela frente, mas não era suficiente, passei para a tintura sem amônia, a henna, e ela mascarava minha condição, até que um dia acordei e decidi que queria, definitivamente, mudar de cor.
Decidi me entregar, sentei na cadeira da cabeleireira de minha confiança, e disse: quero fazer luzes, quero mudar, me ajuda! E vou te dizer, depois que me tornei semi-loira muitas coisas boas aconteceram na minha vida. Cada vez mais, eu vejo que o poder da mulher só é completo quando ela está de bem com seus cabelos. Vai ver, Dalila cortou os cabelos de Sansão por não estar de bem com seu próprio cabelo, por inveja, ouso dizer. Foi uma pena na época ela nem poder aproveitar as mechas com super poderes para fazer um mega hair.

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