domingo, 20 de setembro de 2009

O vinte de setembro

Feriado em dia de domingo não serve pra nada, ainda mais em datas que particularmente não me empolgam muito. Sei que as tradições são importantes e que a historia de um povo deve ser lembrada mas não me identifico com essa exaltação gaúcha em torno da revolução.
O gaúcho tem uma certa mania de perseguição, acha que os outros estados o desprezam (ou invejam) e isso só aumenta a animosidade entre regiões, coisa que eu acho um tanto desnecessária em tempos globalizados como os de hoje.
As causas da revolução são vistas de um ponto de vista tão romântico como pintou a minissérie, mas os motivos reais foram os mesmos de todas as revoluções de hoje e de ontem: o dinheiro e seu amigo inseparável, o poder. Não vejo tanto heroísmo nisso, vejo defesa de interesses, o que não é ruim nem bom, depende do ponto de vista.
A classe baixa, a ralé, os farrapos em si, desses não se falam, os nomes exaltados são da elite, dos grandes proprietários. Confesso que a separação não seria má ideia, pouco me importa se hoje eu seria brasileira ou rio-grandense apenas, patriotismo para mim é respeitar o lugar em que se vive e as pessoas de outros locais, pátria para mim é o meu lar, é onde vivem as pessoas que amo independente das fronteiras.
As façanhas que deveriam servir de modelo são as do dia-a-dia do cidadão comum, digno, honesto, que trabalha para seu sustento, as do passado tem seu valor, e não apenas nós tivemos nossa revolução, revoluções como a nossa pipocaram aos montes em todo território brasileiro, e coragem, assim como injustiça, também existiram naqueles locais.
Enfim, aos gaúchos que prezam as tradições parabéns pelo seu dia, aos que pensam como eu, parabéns por respeitar a paixão dos outros por esta data, e que isso tudo sirva de modelo.

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